Palavras e arremedos
Elen de Moraes Kochman
Palavras! Não só palavras se o coração
Deixar transparente o que lhe vai às entranhas;
Se não se esconder, nem se valer de artimanhas
Para, do sentimento, abafar a emoção.
Palavras! Não só letras soltas no papel
Formando frases... versos com duplo sentido...
E, sim, pureza do desejo reprimido,
As cores da alma a eternizar a pincel!
Palavras! Não só com intenção conveniente,
Pra camuflar o que se precisa esconder;
Pra atrair amores... depois se escafeder!
Porém, a expressa e total verdade da mente.
Palavras! Não só as que "pensamos" com os dedos,
Mas, as que não fazem do que diz, arremedos!
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2 comentários:
"Se não se esconder, nem se valer de artimanhas
Para, do sentimento, abafar a emoção."
Fiquei aqui pensando entre palavras e arremedos... nem palavras, nem arremedos...
Deixo pra ti Elen e teu maravilhosos Soneto, fragmentos de um poema meu - "Palavras soberanas" - [...] Nenhuma ação ou palavra tem tanta dimensão...
Tanto objetivo... Tanta acutilância
Como quando gerada pelo coração
Mesmo que não seja um poema romântico
De palavras românticas...
Mas, nos envolvem e nos acompanham
Sonhadoras saltitantes e nos movem
Acendem-nos aquele brilho no olhar
Descompõem-nos e nos amparam
E quando nos faltam palavras... Estamos no sublime
De um poderoso confronto
Rebuscando no passado e no presente
As palavras do futuro...
Na projeção dos sonhos nas palavras
No equilíbrio da realidade... De dois pólos...
Em um ‘poema que era para ser romântico’
Mas... É que as ‘palavras soberanas’, que ainda não foram escritas...
De uma escrita que ainda não foi lida, escreva-as para nós,
Porque ainda são... Só emoções sem forma literária...
Reinadi Rodrigues Sampaio
Cruz das Almas, Bahia, Brasil
23 de janeiro, 2011, às 14h23min.
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Um grande abraço minha amiga.
Reinadi.
Ola amiga,
obg por tão belo poema.
Quando deixamos escorrer as palavras do coração (e não somente soltá-las nos versos, sem deixar cair junto os sentimentos), é quando escrevemos nossas mais tocantes poesias.Parabéns!
Beijo!
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