NUVENS NEGRAS
Elen de Moraes O dia amanhece nublado... O céu se atordoa com nuvens negras, Ameaçadoras, Que passeiam de um lado para o outro Atropelando a melancolia Que desce sobre meu olhar. Nuvens apressadas que buscam respostas... Talvez as mesmas que procuro. Bate um vento gelado! Traz consigo uma chuva fina Que arrepia minha alma, Que lava meus pensamentos. Aconchego nos meus braços E aperto contra meu peito As lembranças do meu amor, Tão longe de mim! Tão longe do leito que agasalhou Nossos ardentes serões, Nossas sensuais emoções; Tão longe dos lençóis Que acariciaram A intimidade da nossa paixão. Olho o infinito embaçado Por essa cor cinza, Multifacetada de nuances mórbidas, Só comparada às cores mortas Que tingiram minha vida Depois da despedida. Ó nuvens negras, Levem em suas asas Minha descolorida paixão Tão gasta de desejos; Levem do meu corpo esse frêmito, Essa ânsia de querer; Levem de mim a dor da ausência E tragam - nas suas lágrimas Que encharcam essa terra, Onde deslizam Os pés do meu tormento, Da minha angústia - O silêncio das minhas palavras. Ó nuvens negras, Abafem com o surdo ribombar Dos seus abraços, Nesses encontros de prazer, O grito de amor Que explode da minha alma, Mas que morre Com a felicidade que esmaece No tempo... E na distância... |
Em memória...
2 comentários:
Belíssimo!Não me canso de lê-lo.Beijos
Muito belo o poema. Nosso céu se cobre de nuvens negras quando somos envolvidos pela dor da ausência.
(Quando fui me colocar entre seus seguidores vi que já estava lá). Bjs.
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