Amigos,
hoje, aniversário da nossa amiga
Reinadi Sampaio,
"Florbellaba"
deixo, em sua homenagem,
e para que a conheçam melhor, a apresentação
que fiz para o seu livro de sonetos que,
brevemente,
será lançado na Bahia.
Reinadi Rodrigues Sampaio, Flor, para os amigos, nasceu sob o signo dos vitoriosos, no fantástico e mítico sertão baiano, decantado na literatura e na música brasileira, região empoeirada e castigada pela seca, circunstância que, longe de deixá-la frágil como as plantinhas que alí sucumbem sob os inclementes raios do sol, tornou-a delicada e exuberante como a flor do cacto, porém, forte e resistente como os espinhos dessa mesma espécie. Recebeu a vida com a mente e os braços abertos, tão sedenta como as folhas que se abrem para receber o refrigério das orvalhadas madrugadas. Sonhou todos os sonhos da ingênua infância e juventude sertaneja, mas teve o privilégio e o cuidado de aconchegá-los com o manto estrelado do céu do agreste e isso lhe conferiu docilidade feminina, confiança e um jeito faceiro de ser e estar, além de plantar nas pontas dos seus dedos o pendor para as artes, semente que só deu frutos anos mais tarde. Entre idas e vindas, casamento, filhos e a faculdade de Psicanálise, ela jamais sufocou seus anseios artísticos, embora os tenha adiado por tempo longo demais. Certo dia decidiu pintar e debruçou-se sobre a criação de belíssimos quadros. Com dedos nus, sem pincéis, sua pele tocando a tinta, seus dedos obedecendo a sua inspiração, em movimentos arrebatados, não sossegava enquanto não via surgir à sua frente, a paisagem imaginada. Do mesmo modo, como aconteceu às telas, inclinou-se pela escrita poética e, assim, nasceram suas poesias encharcadas de claridade, matizadas de cores vividamente alegres e de emoções incontidas. Depois de belos e incontáveis poemas em versos brancos, vencida a resistência em deixar-se amarrar por métricas e rimas, concluiu que era hora de escrever líricos sonetos. Buscou aprender a técnica, já que lhe sobejava inspiração.
Hoje, seus pensamentos inspirados e suas palavras artisticamente elaboradas são semeados sobre seus versos com a impetuosidade da mulher apaixonada, com engajamento ético e social, entretanto, com o carinho e o desvelo da mãe que acolhe em seu regaço um filho que acaba de nascer.
Reinadi tem nas lágrimas e no sorriso a simultânea facilidade e, como a maioria dos poetas, vive além do seu tempo e aquém da realidade comum aos mortais. No entanto, carrega consigo, seja em sonho, virtual ou fisicamente, a convicção de que a menina nascida sertaneja ainda habita o seu mundo e olha, com o deslumbramento de sempre, aquele céu estrelado do sertão, certa de que o infinito é a sua meta. Agora, Reinadi inicia, através do amor, uma viagem por caminhos forrados de sentimentos poéticos, deixando sua alma impressa nas páginas deste livro que ora coloca em vossas mãos, com a certeza de que sabereis acautelá-la com a mesma ternura com que ela trouxe à luz cada verso da sua poesia. Elen de Moraes Kochman Rio de Janeiro - Brasil |
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