"Somethings in the rain" - playlist da série

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O BEIJO DA BORBOLETA - José M. Raposo - VIDEO de Fernando Girão (Na baixa do sapateiro)



 
 
 O BEIJO DA BORBOLETA


José M. Raposo
(AoSaborDoVento)


Para minha amiga Elen de Moraes 


Mais um ano a borboleta voou,
Pisando, muitas vezes, numa flor
Com a mesma graça e com o mesmo amor.
E de voar ela não se cansou.


Em pleno ar seus desenhos traçou,
Emprestando-lhes a vida e a cor,
Como empresta e lhes concede o pintor,
Quando a pintura na tela encerrou.
 
Por vezes, desabrocha tanta flor
Sem que a borboleta as tenha beijado...
Choram infelizes e sentem dor...


Porém, a que a borboleta há tocado,
Há de sentir, para sempre, o calor
Desse beijo... tão louco e apaixonado.
  
 

sábado, 17 de abril de 2010

"Dance Me To The End of Love" Leonard Cohen

AMAZÔNIA - exuberância e mistério - Elen de Moraes




Amazônia,
Exuberância e mistério


Elen de Moraes Kochman


A Amazônia, com sua floresta, seus rios e sua biodiversidade, é tida como a “salvação do planeta” e para ela se convergem os olhos do mundo, pelo que de bom ou de mal lhe acontece.

Sua beleza e exuberância exercem grande fascínio em todos e o mistério que a envolve permeia o imaginário coletivo, a começar pelo seu nome dado pelos conquistadores espanhóis, pioneiros na exploração do rio Amazonas, que ao se depararem com índios de cabelos longos imaginaram que fossem índias guerreiras, mulheres muito diferentes das que viviam na Europa. Acreditaram ter achado, finalmente, as “Amazonas”, mulheres mitológicas que, segundo a lenda, pertenciam a uma tribo que não aceitava homens e matavam as crianças do sexo masculino, ao nascer. Amazona significa “sem seio” em grego, porque elas os cortavam, para manejarem melhor os arcos.

Nove países da America do sul compõem a Amazônia: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela e no Brasil abrange os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, pequena parte do Maranhão, Tocantins e Mato grosso. Ela é definida pela bacia Amazônica, cujo rio - que nasce nos Andes, Peru – é conhecido por três nomes distintos até chegar ao Brasil. Aqui é chamado de rio Solimões e só ao encontrar-se com o rio Negro, na altura de Manaus, recebe o nome de Amazonas.

O Rio Amazonas, considerado o maior rio do mundo em volume de água e de extensão, despeja mais água no mar em um dia, do que o rio Tâmisa durante um ano inteiro e tem mais água doce a bacia do rio Negro do que toda a Europa. O Amazonas pode apresentar, de uma margem à outra, uma largura de até 15 quilômetros e durante as enchentes, devido a inundação das várzeas, essa largura pode chegar a 100 quilômetros.

Ao contrario do que imaginamos, os rios de águas barrentas levam mais fertilidade por onde passam, por carregarem sedimentos que tiram dos Andes e de outros lugares, do que os rios de águas escuras, por serem ácidos. Já se pode ver por imagens do satélite que devido ao volume de terra que o rio Amazonas joga no mar, o litoral da Guiana francesa e do Amapá está crescendo.

O encontro das águas dos rios da bacia Amazônica com as águas do oceano Atlântico é conhecido por “pororoca” e provoca um estrondo que pode ser ouvido a quilômetros de distância. O mar entra pelo rio com ondas que atingem, muitas vezes, entre três e seis metros de altura, vai derrubando e carregando árvores com sua força, modificando as margens e o leito do rio. Existem várias explicações para o fenômeno e a principal delas é a mudança da fase da lua. É mais intenso nos meses de abril e junho e é, antes de tudo, um fenômeno destruidor.

Quanto aos habitantes da Amazônia, a mais antiga evidência arqueológica da vida humana, ali, data de 12.000 anos atrás e à época do descobrimentocalcula-se que três milhões de índios viviam na Amazônia. Hoje se estima que 160 mil índios habitem a região, falando 150 línguas, em reservas indígenas, terra equivalente a quase três Alemanhas. A maior contribuição que deram ao mundo foi a adaptação ao uso das plantas da flora tropical. Muitos remédios para o mal de Parkinson e a esclerose múltipla, têm como princípio ativo um alcalóide encontrado no “curare”, veneno extraído da casca do cipó que os índios colocavam na ponta das suas flechas. A espécie mais conhecida internacionalmente é a “árvore da borracha” – seringueira.

Durante o ciclo da borracha a Amazônia foi responsável por 40% das exportações brasileiras e Manaus, capital do Estado do Amazonas (que nos idos de 1660 nasceu em torno do Forte São José do Rio Negro, construído pelos portugueses para reforçar a exploração na região norte), tornou-se a capital mundial da venda de diamantes e ficou conhecida, em apenas duas décadas, no principio do século XX, como a “Paris dos trópicos”, por causa dos investimentos dos “Barões do látex”. O seu famoso Teatro, de mais de 600 lugares, foi construído na Europa e montado no Brasil. A cidade foi a primeira no país a receber um bondinho elétrico. Porém a riqueza estagnou-se quando os ingleses levaram as mudas de seringueiras para a Malásia, que se tornou e é, até hoje, líder na produção da borracha.

A biodiversidade Amazônica ainda guarda muitos segredos. De todas as formas de vida do planeta, 60% se concentram nas florestas da região que contam com mais de três mil espécies de árvores e estimam-se entre 40 e 300 qualidades diferentes por hectare. Também das espécies de mamíferos existentes no Brasil, 67% vivem na Amazônia e dos 30 milhões de espécies de insetos do planeta, sem levar em conta os microorganismos e as bactérias, 1/3 (um terço) está na Amazônia.

Para que a vida na região Amazônica continue fervilhante é imprescindível que suas florestas, seus rios e sua biodiversidade sejam preservados. Um não vive sem o outro e mesmo que o planeta consiga sobreviver à catástrofe do desaparecimento da Amazônia, a terra perderá todo fascínio sem o seu mistério e toda a sedução sem a sua exuberância.

Publicado no jornal "Tribuna Portuguesa" da California

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