"Somethings in the rain" - playlist da série

domingo, 31 de dezembro de 2017

Feliz 2018 - CÂNTICO DO ANO NOVO -Deo gratias- Elen de Moraes Kochman


Cântico do ano novo
-Deo grátias-


Elen de Moraes Kochman

Nos  momentos finais do velho ano,
muitos festejam, alegres, seu fim,
trocam por esperança o desengano,
comemoram em total frenesim.

Uma nova ordem e um novo tempo    
acolhem, com promessas descabidas.
Fazem juras e nesse entretempo
esquecem-se das bênçãos recebidas.

A Ti, ó Deus, nenhum louvor é dado.
Só pensam em deleites, coisas vãs...
Ao corpo só prazer é ofertado,
sem ligarem à alma, em seus afãs.

E um ano a mais nos foi dado viver.
Sou grata, Senhor, por essa alegria.
Eis-me testemunha do Teu poder
e do Teu grande amor, a cada dia.

Sofrimentos, dores e as amarguras 
alquebraram-me, mas Tu me livraste
das rotas sombrias e das agruras.
Do vale da morte me resgataste.

Houve momentos de agonia intensa,
quando de mim fugiu toda esperança,
mas Tu, ó Senhor, a minha descrença,
transfiguraste em bem-aventurança.

Em mares de lágrimas, um sorriso
deste-me, quando enxugaste meu pranto.
Transformaste, num louvor bem preciso,
os meus lamentos, o meu desencanto.

Hoje e para sempre, aqui, a meu lado,
preciso-Te em cada passo que eu der.
Ensina-me a viver, Pai adorado,
fazer Tua vontade e o que Te aprouver!

Eternamente, a ti serei Senhor,
por tudo que me dás, agradecida,
por me doares, sempre, o Teu amor
e o privilégio de uma Nova Vida.
"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
 Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer 
ser humano se cansar e entregar os pontos. 
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade 
de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente...” 
(Carlos Drumond de Andrade)
* * * 
Feliz Ano Novo 
amada família, queridos amigos, 
caríssimos seguidores e contatos!
Grande abraço.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

FELIZ ANO NOVO - Elen de Moraes Kochman - Oração de Ano Novo.



AGRADEÇO-TE, SENHOR!


Elen de Moraes Kochman


Agradeço-Te, Senhor, pela maravilha
da Tua obra! Majestosa criação
da vida, que pulsa nos Universos-ilha,
no vazio do abismo em total perfeição!


Agradeço-Te, Senhor, por tanta beleza,
pela luz que se fez e iluminou a treva,
formando o dia, colorindo a natureza...
Minh’alma, a Ti, um canto de louvor eleva!


Agradeço-Te, Senhor, pela magnitude
dos céus e do ser vivente em sua pujança.
Por tudo o que fizeste e Tua excelsitude,
pelo ser humano à Tua semelhança.


Agradeço-Te por me teres concedido
a faculdade de enxergar, na imensidão,
o teu poder inabalável, desmedido,
a Tua evidência dissipando a escuridão.


Agradeço-Te, por me deixares nascer,
Cercar-me de desvelo e sempre me guiar
No caminho certo, ensinando-me crescer!
Hoje, bem junto a Ti, é onde quero estar.


Agradeço-Te por escutar o brejeiro
canto das aves... do passaredo disperso,
por sentir da doce primavera o seu cheiro,
e soltar a voz, em coro com o Universo.


Agradeço-Te pelo amor que tens por mim,
pela família, pelo pão de cada dia,
pela paz, a saúde, os amigos... enfim,
pela vida Contigo, em total sinergia.


sábado, 23 de dezembro de 2017

FELIZ NATAL! - Renascer do nada - Elen de Moraes Kochman



  NATAL - Renascer do nada   
Elen de Moraes Kochman

Deixo fluir o espírito do Natal
que bate forte, no fundo do meu peito.
Permito esvair-se de mim todo o mal,
toda mágoa... e o sofrimento não refeito

pela ventura que possuí um dia...
porém, que se foi com os entes que partiram.
Pra exorcizar a grande melancolia,
por tantas perdas que outrora me feriram,

concedo doer, sangrar toda essa dor,
que sem piedade, desluz minha alegria.
No entanto, talvez... quando possível for,
quero mergulhar minha alma, hoje vazia,

na profusão de luzes incandescentes,
que enfeitam e dão vida às noites natalinas;
Avigorar as cores evanescentes
da minha vida, torná-las cristalinas.

Só assim encontrarei algum lenitivo,
para aceitar minha crua realidade,
para secar este meu pranto aflitivo,
destravado na solidão da saudade.

Para afastar a tristeza abominável
que me rasga a alma com seu punhal,
permito-me afundar no imponderável,
pra renascer, do nada, neste Natal!




Meus votos para minha amada família, queridos amigos, 
caríssimos seguidores e contatos, são de um sereno e feliz Natal. 
Que a porta do coração de quem crê, esteja aberta ao Aniversariante. 
neste 25 de dezembro. 
Próspero 2018, com saúde e projetos se realizando. 

Abraços fraternos. Beijos. 






sexta-feira, 24 de novembro de 2017

SAUDADE DO TEU ABRAÇO, de ouvir estrelas - Elen de Moraes Kochman -



OUVINDO ESTRELAS...

Elen de Moraes Kochman

Parece que foi ontem! Ainda te vejo embaraçada e sorridente entre o farfalhar das folhas outonais, amarelecidas, que coalhavam o chão daquela pracinha e o assovio do vento que, brincalhão, rodopiava por entre as árvores centenárias, remexia os teus cabelos e fazia esvoaçar a tua roupa. Sem entender a tua preocupação, me divertia com o esforço inútil que fazias, ora em tirar as mechas revoltas do rosto, ora em segurar a saia ampla, de tecido sedoso e flores miúdas, junto ao copo frágil e delicado, com a intenção de protegê-lo dos olhares curiosos.

Minhas mãos de inocência, buscando te ajudar, procuravam desviar a direção do vento para que não desmanchasse os cachos dourados que escorregavam pelos teus ombros e reluziam, preguiçosamente, sob os raios mortiços do sol, naquelas manhãs de abril. O teu jeito altivo e seguro, que tanto admirava, dava-me certeza da tua proteção e de como estavas atenta a tudo que acontecia à nossa volta.

Achava maravilhoso aquele teu meio sorriso sem abrir os lábios, que ressaltava as covinhas que se formavam ao lado da tua boca, que eu apertava, às gargalhadas, só para sentir teus beijos nas minhas bochechas afogueadas. Tudo em ti era bonito e assentido por mim. Só os teus longos silêncios eu não aprovava, porque o som da tua voz me era tão bonito e melodioso quanto o doce som das águas que rolavam sobre as pedras da pequena cascata do parque, que eu não cansava de ouvir.

Quando reclamava tua atenção, me abraçavas pedindo que eu fosse brincar, dizendo querer aproveitar aqueles instantes a sós, para conversar com a tua alma. Um muxoxo e uma sacudidela de ombros eram meus sinais de descontentamento. O trinado dos pássaros, os galhos pesados das velhas árvores balançando suas copas, umas de encontro às outras, sim, esses sons eu distinguia, no entanto, tua alma envolta em mistérios, não conseguia ouvir.

Entre magoada e distraída, seguia o movimento do teu dedo indicador sobre os teus lábios, numa delicada exigência de silêncio. Teus olhos pediam, uma vez mais, que eu não risse alto, não fizesse tantas perguntas ou pisasse com tanta força nas folhas mortas, batendo os pés, como gostava de fazer, para ouvi-las chiar.

Sem me dar conta, prendia a respiração enquanto policiava os teus olhos que se soltavam dos meus e se voltavam em direção ao céu e ali permaneciam, perscrutando a imensidão. Insistia, querendo saber sobre tua alma e sem nenhum resquício de impaciência, apontavas para meu peito e dizias que ali morava minha alma, porém, para ouvi-la, teria que conversar com as estrelas. Cada vez eu entendia menos, porque não via estrelas no céu durante o dia. Explicavas que elas estavam lá, mesmo que não as víssemos.

Depois de tantas e complicadas perguntas e das tuas respostas sem nexo para o meu néscio entendimento, distraía-me correndo, ora atrás das numerosas borboletas pousadas na grama, ora tentando agarrar as folhas que se desprendiam dos galhos e voavam levadas pelo vento. Algumas vezes interrompia minhas brincadeiras e as tuas silenciosas conversas, para que prendesses uma flor nos meus cabelos cinza, encaracolados, tão sem graça e tão diferentes dos teus! 

Vigiava-te de longe: tinha medo que o vento te levasse, tinha medo que o som da tua alma te encantasse e que partisses em busca de alguma coisa que eu não sabia definir, mas que vivias a procurar. Às vezes tinha a impressão de te ouvir falando sozinha; outras, lágrimas pareciam toldar teus belos olhos cor de mel. Nesses momentos, corria para os teus braços achando que uma “fada” pudesse te encantar e te levar de mim. Com esses pensamentos, pendurava-me em teu pescoço e te apertava de encontro ao meu coração, para que não fugisses. Então, num gesto de carinho, encolhia meu pescoço para reter tua cabeça junto à minha. Como era gostoso, naqueles instantes, sentir teus braços protetores ao redor da minha cinturinha de criança!

As horas não eram intermináveis porque não as contávamos. Simplesmente aconteciam. Foram tantas manhãs, tantos abraços, tantos sorrisos... e tantas crianças que chegaram naquela casa! E tantos anos que se passaram...

Teus cachos dourados deram lugar ao prateado dos cabelos curtos; teu corpo esguio e perfeito, curvou-se levemente; teu andar desacelerou-se e o teu meio sorriso perdeu-se em divagações, sem, no entanto, deixar de lado a ternura de sempre.

Ainda te vejo conversando baixinho... Talvez, agora, com as três “crianças” - das seis que povoaram tua vida – e que, apressadas, partiram, deixando-te atônita, com a dor estampada no olhar, cujo brilho o tempo não apagou e que, muitas vezes, imerge nas lágrimas abundantes que não consegues controlar.

Agora, já não corro atrás das borboletas, nem tento impedir que o vento faça esvoaçar os teus cabelos, tampouco tenho medo que uma “fada madrinha” te roube. Entretanto, com firmeza, entrelaço minhas mãos nas tuas, amorosamente, para reter-te, porque tenho medo, isto sim, de me perder de ti, antes que nosso tempo termine.

Hoje posso ouvir o teu silêncio e conversar com as estrelas, sem estranhamentos, em pleno dia... e escutar, mãezinha querida, os inefáveis sons da tua alma, quando se desprendem do teu peito e se elevam aos céus, em feitio de oração.


Para minha mãe
MariaGM



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

AOS POETAS - Miguel Torga - Pelo dia dos Poetas

Poetas, um feliz dia! 
Que os seus voos, que elevam as almas 
às infinitas distâncias, 
sejam para sempre, 
que imortalizem a sua finitude.
Parabéns!



AOS POETAS


( Miguel torga)


Somos nós
As humanas cigarras.
Nós,
Desde o tempo de Esopo conhecidos...
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.

Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos,
A passar...

Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras.
Asas que em certas horas
Palpitam.
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura.
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.

Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz.
Vinho que não é meu,
Mas sim do mosto que a beleza traz.

E vos digo e conjuro que canteis.
Que sejais menestréis
Duma gesta de amor universal.
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural.

Homens de toda a terra sem fronteiras.
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele.
Crias de Adão e Eva verdadeiras.
Homens da torre de Babel.

Homens do dia-a-dia
Que levantem paredes de ilusão.
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão.

Miguel Torga, in 'Odes'

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

VOLTAR A SER CRIANÇA - Elen de Moraes Kochman



Voltar a ser criança

Elen de Moraes Kochman


Voltar a ser criança... dar valor
Aos instigantes folguedos da vida...
Sentir, de um beijo no rosto, o sabor
Da infância... de uma época querida...

Divertir-se, deitar males ao vento.
Buscar somente o que lhe der prazer,
Sem se condenar, em nenhum momento.
Sorrir bem mais. Pouco se entristecer...

Receber, com genuína alegria,
Um gesto, um olhar: coisas verdadeiras.
Deixar-se acontecer na fantasia.
Esbaldar-se em todas as brincadeiras...

Despertar “a nossa criança” é o lance,
Para dar à vida uma nova chance.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

AMOR, SUPREMO DOM - Elen de Moraes Kochman




AMOR, SUPREMO DOM

Elen de Moraes Kochman


Deslumbra-me o carinho entre os apaixonados.
Alegra-me a visão de tal enlevamento.
Aquece-me a alma saber que o sentimento
De amor, existe ainda nos enamorados.

Sons confusos, ao pé do ouvido, sussurrados...
Mãos dadas, olhos nos olhos... Encantamento.
Riso fácil, sempre aberto. Alheamento
De emoções...  gestos que os deixam extasiados.

Comovida, sinto renascer-me a esperança,
Porque vejo o amor - maior de todos os dons -
Mover corações, pintando-os em iguais tons.

Amor, supremo dom da bem-aventurança,
Nobre alimento que cadencia e completa
A minha alma... e esse meu quê de poeta!




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