"Somethings in the rain" - playlist da série

sexta-feira, 21 de março de 2014

COPA DO MUNDO - Sonhos e pesadelos - Elen de Moraes Kochman


Edição 1º de março de 2014
www.tribunaportuguesa.com




Copa do mundo:
                      sonhos e pesadelos

Elen de Moraes Kochman

Grande tem sido o empenho para que a Copa do mundo ocorra na santa paz e até o Papa Francisco, há alguns dias, ao receber Dilma Rousseff, foi convidado a assisti-la, convite que declinou em virtude de já possuir agenda fechada com outros compromissos, para essa data. Na ocasião, o Sumo Pontífice ganhou da Presidente do Brasil, um uniforme da seleção, assinado pelo Pelé e uma bola, assinada pelo jogador Ronaldo. O Papa retribuiu com uma medalha que representa “O anjo da paz” e brincou dizendo que ao receber os presentes se sentia convidado a rezar para que o Brasil vença o mundial e ela devolveu a brincadeira pedindo que ao menos ele ficasse neutro.

Essa copa tem tirado o sossego de muita gente! Como brasileira, no primeiro momento fiquei feliz por terem escolhido o Brasil para sediá-la. Um sonho que o povo não ousava sonhar, mas acalentava desde 1950, quando Ghygya, jogador do Uruguai, já quase no final do segundo tempo, calou mais de 200 mil torcedores no Maracanã, com o gol que deu ao seu país o título de campeão mundial, naquele ano. Infelizmente, para todo sonho bom, o despertar é violento, porque nos mostra que a realidade é dura, nem sempre agradável e quando se transforma em pesadelo, então, dá vontade de voltar para a cama, dormir de novo e retomá-lo, como se fosse possível continuar do lugar onde paramos e não mudar o rumo dos devaneios.

Pois é! Foi assim que o nosso sonho de sediar o mundial de futebol “lascou-se”, como diz com muita propriedade e humor, o cearense. Nossos governantes deveriam ter voltado suas atenções, primeiro para as necessidades básicas do povo, que reivindicadas têm sido há décadas, e deixado de lado, mais para o futuro, os mirabolantes sonhos. Talvez a intenção do então Presidente Lula - por isso tanto se empenhou - fosse passar à história como “aquele” que conseguiu que o Brasil fosse escolhido como anfitrião da copa, mas não imaginou, deduzo, por um momento sequer, que ela ficasse conhecida como a mais cara e superfaturada de todos os tempos, além da desconfiança sobre propinas e corrupção, conforme pesquisa publicada pela revista Veja.

O pesadelo para eles foi acordar com as passeatas contra a Copa, no ano passado -  que indicavam esgotamento da paciência dos brasileiros e o “recado” de que enganação tem limites - sem enxergar uma “luz no fim do túnel” que indicasse um caminho, que sugerisse medidas a tomar e convencesse o povo a deixar as passeatas para depois do evento, como ousou pedir o “Rei Pelé”. Ou, por outra, mesmo que apareça uma “luz no fim do túnel”, eles só saberão se se trata de um carro na contra-mão - ou não - depois, vendo de perto os acontecimentos, ou seja, o jeito é realizar o “mundial”, tomar todas as providências sobre a segurança, e ver como fica. Ou rezar! Rezar muito, para que o povo, cansado de esperar por hospitais, escolas e segurança nas ruas, se conforme, uma vez mais, e fique quietinho diante da “gastança” que fizeram com os estádios, cumprindo as exigências da FIFA, em detrimento das classes desfavorecidas, que não terão dinheiro para comprar os caros ingressos. Infelizmente, alguns ídolos desse esporte deram declarações, querendo minimizar o problema, que, no entanto, só fizeram acirrar o descontentamento da maioria dos brasileiros, como exemplo a declaração do jogador Ronaldo que, com seu “jeitão inocente”, falou que “copa do mundo se faz com estádios e não com hospitais”.

Sim, claro, copa de futebol se faz com modernos estádios, ótimos aeroportos, hotéis, portos, transportes públicos e “também” com bons hospitais. E com um povo receptivo e gentil. Pois que venham os turistas, sem medo! O brasileiro é cortês, amigável e educado.  

Por outro lado, espera-se dos nossos governantes, que se comprometeram a sediar uma festa com as proporções de uma copa do mundo, excelente infra-estrutura, grande organização e transparência, que sirvam de orgulho para nossa nação e desmentido para os que dizem lá fora, que “o Brasil não é um país sério” - frase atribuída ao francês Charles de Gaulle, porém dita em tom de brincadeira pelo Embaixador brasileiro na França, àquela época, o Sr Carlos Alves de Souza, durante um jantar com o General, como ele mesmo afirmou. Mas isso é outra história! 

 



sexta-feira, 14 de março de 2014

14 de março - DIA NACIONAL DA POESIA em homenagem a Castro Alves


Em homenagem a CASTRO ALVES, 14 de março é o dia nacional da poesia.

 Antônio Frederico de Castro Alves, nascido na cidade de Curralinho (hoje Castro Alves),  em 14 de março de 1847, foi considerado um dos mais brilhantes poetas românticos, responsável por uma nova concepção de amor na Literatura, 
além de um notável entusiasmo por grandes causas sociais, 
como a abolição da escravatura.
Morreu aos 24 anos.
Algumas de suas poesias:


A um coração

"Coração de Filigrana de Oiro"

Ai! Pobre coração! Assim vazio
E frio
Sem guardar a lembrança de um amor!
Nada em teus seio os dias hão deixado!...
É fado?
Nem relíquias de um sonho encantador?


Não frio coração! É que na terra
Ninguém te abriu... Nada teu seio encerra!
O vácuo apenas queres tu conter!
Não te faltam suspiros delirantes, 
nem lágrimas de afeto verdadeiro...
É que nem mesmo — o oceano inteiro —
Poderia te encher!...
Adeus


Je te bannis de ma mémoire,
Reste d'un amour insensé,
Mystérieuse et sombre histoire
Qui dormiras dans le passe!
Et toi qtíi, jadis, d'une amie
Portas la forme et le doux nom,
L'ínstant suprême oú je t'oublie,
Doit être celui du pardon.
A. DE MUSSET.

ADEUS! P'ra sempre adeus! A voz dos ventos
Chama por mim batendo contra as fragas.
Eu vou partir... em breve o oceano
Vai lançar entre nós milhões de vagas ...


Recomeço de novo o meu caminho
Do lar deserto vou seguindo o trilho...
Já que nada me resta sobre a terra
Dar-lhe-ei meu cadáver... sou bom filho!...


Eu vim cantando a mocidade e os sonhos,
Eu vim sonhando a felicidade e a glória!
Ai! primavera que fugiu p'ra sempre,
Amor — escárnio!... lutulenta história!


Bem vês! Eu volto. Como vou tão rico...
Que risos n’alma! que lauréis na frente...
Tenho por c'roa a palidez da morte,
Fez-se um cadáver — o poeta ardente!


Adeus! P'ra sempre adeus! Quando alta noite,
Encostado à amurada do navio...
As vagas tristes... que nos viram juntos
Perguntarem por ti num beijo frio,
Eu lhes hei de contar a minha história.
Talvez me entenda este sofrer do inferno
O oceano! O oceano imenso e triste,
O gigante da dor! o Jó eterno!


Fazia um ano. Era o dia
Do fatal aniversário...
Ergui-me da cova escura,
Sacudi o meu sudário...
Em meio aos risos e à festa
E às gargalhadas da orquesta,
Que eu tinha esquecido, enfim,
Tomei lugar!... Solitário
Quis rever o meu Calvárío
Deserto, tredo, sem fim!...


Sabes o que é sepultar-se
Um ano inteiro na dor...
Esquecido, abandonado,
Sem crença, ambição e amor...
Ver cair dia... após dia,
Sem um riso d'alegria...
Sem nada... nada... Jesus!
Ver cair noite após noite,
Sem ninguém que nos acoite...
Ninguém, que nos tome a Cruz?!


Ai! não sabes! nunca o saibas!...
Pois bem; imagina-o só...
E então talvez compreendas
A lenda escura de Jó.

Amar e ser amado


Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delírio ardente
Por essas doces noites de desvelo!
Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento, 
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
P’ra tão puro e celeste sentimento:
Ver nossas vidas quais dois mansos rios, 
Juntos, juntos perderem-se no oceano —,
Beijar teus dedos em delírio insano
Nossas almas unidas, nosso alento, 
Confundido também, amante — amado —
Como um anjo feliz... que pensamento!?
Epitáfio


Para um túmulo de mãe.


COMO O ORVALHO das ramas do salgueiro
Resvala sobre a lápide do trilho,
Assim gotejam lágrimas de filho,
O Minha Mãe! sobre o sepulcro teu.
Mas como o sol nascente a gota enxuga
Que a noite derramou sobre os escolhos...
O anjo da Crença nos enxuga os olhos
E faz do pranto uma oração... no céu!
Horas de saudade


TUDO VEM me lembrar que tu fugiste,
Tudo que me rodeia de ti fala.
Inda a almofada, em que pousaste a fronte
O teu perfume predileto exala


No piano saudoso, à tua espera,
Dormem sono de morte as harmonias.
E a valsa entreaberta mostra a frase
A doce frase qu'inda há pouco lias.


As horas passam longas, sonolentas...
Desce a tarde no carro vaporoso... 
D'Ave-Maria o sino, que soluça, 
É por ti que soluça mais queixoso.


E não Vens te sentar perto, bem perto
Nem derramas ao vento da tardinha,
A caçoula de notas rutilantes
Que tua alma entornava sobre a minha.


E, quando uma tristeza irresistível
Mais fundo cava-me um abismo n'alma,
Como a harpa de Davi teu riso santo
Meu acerbo sofrer já não acalma.


É que tudo me lembra que fugiste. 
Tudo que me rodeia de ti fala... 
Como o cristal da essência do oriente 
Mesmo vazio a sândalo trescala.


No ramo curvo o ninho abandonado
Relembra o pipilar do passarinho.
Foi-se a festa de amores e de afagos...
Eras — ave do céu... minh'alma — o ninho!


Por onde trilhas — um perfume expande-se. 
Há ritmo e cadência no teu passo!
És como a estrela, que transpondo as sombras,
Deixa um rastro de luz no azul do espaço ...


E teu rastro de amor guarda minh'alma,
Estrela que fugiste aos meus anelos!
Que levaste-me a vida entrelaçada
Na sombra sideral de teus cabelos! ...
 

Penso em ti


EU PENSO em ti nas horas de tristeza
Quando rola a esperança emurchecida
Nas horas de saudade e morbidez
Ai! Só tu és minha ilusão querida
Eu penso em ti nas horas de tristeza.


Vê quanta sombra me escurece o seio!
Que palidez sombria no meu rosto!
Tu és a única luz da treva em meio
Tu és a minha estrela do sol posto...
Contigo a sombra não me tolda o seio.


Quando a teus pés o meu viver s'escoa,
Esqueço a minha sorte, o meu martírio,
Minh'alma como a pomba em sangue voa
Para ir se abrigar à tua, ó lírio,
Quando a teus pés o meu viver s'escoa ...


Bendito o riso desses lábios túmidos!
Bendito o meigo olhar tão peregrino!
Como o sol abre a flor nos campos úmidos
Crenças desperta o teu divino olhar...
E o riso, o riso desses lábios túmidos


Ai! volve! volve peregrina estrela...
Minh'alma é o templo de um amor suave 
À tua espera o lampadário vela...
À tua espera perfumou-se a nave...
Ai! volve! volve peregrina estrela!

Poeta


Meditar é trabalhar. Pensar é obrar.
O olhar fito no céu é uma obra.
V. HUGO.

L'univers est ]e temple, et Ia serre rautel.
Les cieux sont le dbme; et les astres vans nombre
Sont les sacrés flambeaux pour ce temps aliurptés.
LAMARTINE.

POETA, às horas mortas que o cálice azulado
— Da etérea flor — a noite — debruça-se p'ra o mar,
E a pálida sonâmbula, cumprindo o eterno fado,
As gazas transparentes espalha do luar,


Eu vi-te ao clarão, trêmulo dos astros lá n'altura
Pela janela aberta às virações azuis,
— A amante sobre o peito sedento de ternura,
A mente no infinito sedenta só de luz.


Perto do candelabro teu Lamartine terno 
À tua espera abria as folhas de cetim;
Mas tu lias no livro, onde escrevera o Eterno
Letras — que são estrelas — no céu — folha sem fim 


Cismavas... de astro em astro teu pensamento errava
Rasgando o reposteiro da seda azul dos céus:
E teu ouvido atento... em êxtase escutava
Nas virações da noite o respirar de Deus.


O oceano de tua alma, do crânio transbordando,
Enchia a natureza de sentimento e amor,
As noites eram ninhos de amantes s'ocultando,
O monte — um braço erguido em busca do Senhor.


Nas selvas, nas neblinas o olhar visionário
Via s'erguer fantasmas aqui... ali... além,
P'ra ti era o cipreste — o dedo mortuário
Com que o sepulcro aponta no espaço ao longe... alguém


No cedro pensativo, que a sós no descampado
Geme e goteja orvalhos ao sopro do tufão,
Vias um triste velho — sozinho, desprezado
Molhando a barba em prantos co'a fronte para o chão.


Aqui — ondina louca — vogavas sobre os mares —
Ali — silfo ligeiro — na murta ias dormir,
Anjo — de algum cometa, que vaga pelos ares, 
Na cabeleira fúlgida brincavas a sorrir.


Sublime panteísta, que amor em ti resumes,
Sentes a alma de Deus na criação brilhar!
Perfume — tu subias, de um anjo entre os perfumes,
Ave do céu — nas nuvens teu ninho ias buscar.


Canta, poeta, os hinos, com que o silêncio acordas,
A natureza — é uma harpa presa nas mãos de Deus.
O mundo passa... e mira o brilho dessas cordas...
E o hino?... O hino apenas chega aos ouvidos teus.


Todo o universo é um templo — o céu a cúpula imensa,
Os astros — lampas de ouro no espaço a cintilar,
A ventania — é o órgão que enche a nave extensa,
Tu és o sacerdote da terra — imenso altar.

Se eu te dissesse


SE EU te dissesse que cindindo os mares,
Triste, pendido sobre a vítrea vaga,
Eu desfolhava de teu nome as pétalas
Ao salso vento, que as marés afaga...


Se eu te dissesse que por ermos cimos,
Por ínvios trilhos de uni país distante,
Teu casto riso, teu olhar celeste
Ungia o lábio ao viajor errante;


Se eu te dissesse que do alvergue à ermida,
Do monte ao vale, da chapada à selva,
Junta comigo vagueou tua alma;
Junta comigo pernoitou na relva;


Se eu te dissesse que ao relento frio
Dei minha fronte à viração gemente,
E olhando o rumo de teu lar — saudoso,
Molhei as trevas de meu pranto algente;


Se eu te dissesse, bela flor das saias!
Que eu dei teu nome dos sertões às flores!... 
E ousei, na trova em que os pastores gemem, 
Por ti, senhora, improvisar de amores;


Se eu te dissesse que tu foste a concha
Que o peregrino traz da Terra Santa,
Mago amuleto que no seio mora,
Doce relíquia... talismã que encanta!... ;


Se eu te dissesse que tu foste a rosa
Que ornava a gorra ao menestrel divino;
Cruz que o Templário conchegava ao peito
Quando nas naves reboava o hino;


Se eu te dissse que tu és, criança!
O anjo-da-guarda que me orvalha as preces...;
Se eu te disserte... — Foi talvez mentira! —
Se eu te dissesse... Tu talvez dissesses...




Capricho


Ai! quando
Brando
Vai o vento
Lento


À lua
Nua
Perpassar sutil;


E a estrela
Vela,
E sobr'a linfa
A ninfa
Suspira
Mira
O divinal perfil;


Num leito
Feito
De cheirosas
Rosas,
Risonhos
Sonhos
Sonharemos nós;


Revoltos,
Soltos
Os cabelos
Belos,
Vivace
A face,
Tremulante a voz


Cantos
E prantos
Que suspira
A lira,
A alfombra,
À sombra,
Encontrarei pra ti;


Celuta,
Escuta
De meu seio
O enleio...
Vem, linda,
Ainda
Há solidões aqui.


segunda-feira, 10 de março de 2014

PARABÉNS, EDU! Feliz aniversário! - Elen de Moraes Kochman


Parabéns!
Elen de Moraes Kochman

No olhar... no teu sorriso,
A vida como ela é!
No teu semblante diviso
A grandeza da tua fé!

                   Por isso um novo ano
                   Acontece em tua vida...
                   Que Deus, sempre Soberano,
                   Torne-a bem menos sofrida.

                                        Hoje, a Ele agradecemos,
                                        Estar contigo esses dias...
                                        E muito mais bendizemos,
                                        Porque aniversarias!

                                                           Que faças muitas idades!
                                                            Parabéns! Felicidades!

Beijos da tia Elen
09/03/2014
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