"Somethings in the rain" - playlist da série

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

DEDOS DO DESEJO - Elen de Moraes






 Dedos do desejo


Elen de Moraes Kochman



Do tempo, em brancas areias,
da vida, em praias bravias,
estiro-me às marés cheias...
Ondas amantes, vadias,
lambem meus seios morenos
nos seus deleites de amar...
Os lânguidos movimentos
 incessantes... e obscenos, 
acalmam seu marulhar.



A esse prazer ingente
que todo meu ser invade,
rendo-me - Ser carente -
e sem nenhuma vontade
de me negar ao abismo
desse assédio sem saída,
que deposita em meu ventre,
- com volúpia e erotismo -
o princípio e o fim da vida.



Nesses momentos divinos,
os sons que enchem o ar
são melodias de hinos,
que pasmos dedos do mar,
-entre acordes e solfejos-
em felina excitação,
ao dedilharem desejos
borbulhantes de paixão...

cada nota ousam tirar.


YOU AND I - KENNY ROGERS & BEE GEES - LEGENDADO

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Gerundiando a vida - Elen de Moraes Kochman



GERUNDIANDO A VIDA
Elen de Moraes Kochman

Vivendo, danço.

Dançando, parto.

Partindo, corro.

Correndo, voo.

Voando, chego.

Chegando, penso.

Pensando, escrevo.

Escrevendo, amo.

Amando, vivo.

 

Vivendo, danço e parto.

Partindo, corro e voo.

Voando, chego e penso.

Pensando, escrevo e amo.

Amando, vivo.

 

Vivendo, danço, parto e corro.

Correndo, voo, chego e penso.

Pensando, escrevo, amo e vivo.

 

Em círculos danço a vida

do começo e em meio ao fim...

No fim, retorno ao começo.

Nova vida... no vai e vem

do aquém, do outro lado e além.




segunda-feira, 19 de julho de 2010

MEMORIAS - Elen de Moraes






Memórias


Elen de Moraes Kochman


Coloridas roupas secam ao vento.
Presas, suspensas num rasgo de céu,
A enfeitar um canto desse mundéu,
Num tempo que passa tão sonolento...


Balança, com as roupas, o meu pensamento!
Perdido, bem longe... Vagueando ao léu.
Pousa aqui e ali... Vai, de déu em déu,
Inflando memórias neste momento.


Saudades! Infância... Vida pacata...
Amor dos irmãos... Do pai, o carinho...
Colinho de mãe que a mente resgata.

Doces lembranças me volvem ao ninho,
Buscam o nó do passado... e o desata.
E a vida se refaz nesse cantinho!

Fotografia gentilmente cedida por
Filipe Antunes


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Decio de Oliveira


MVA_0423
Upload feito originalmente por Tribuna Portuguesa
96th IES Festa 2010-06-27 - a set on Flickr
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domingo, 23 de maio de 2010

VIDEO - Entre goles de amor - Elen de Moraes - Por ReinadiSampaio.wmv

ENTRE GOLES DE AMOR (com video)



Entre goles de amor

Elen de Moraes Kochman
Da nossa paixão ao sabor do sexo,
Do que falávamos... coisas sem nexo,
Sussurradas entre goles de amor.

Ardiam nossos lábios no calor

Dos beijos, em nossos corpos... No amplexo
Penetravam-se côncavo e convexo,
Num frenesi crescente e abrasador.

A paixão nos deliciava e exauria.

O prazer emergia-se, esgotado,
Do êxtase intenso que nos consumia.

Hoje, aquele amor louco e exacerbado,

Existe só na minha fantasia...
Nos nostálgicos versos do meu fado.

domingo, 2 de maio de 2010

BRASILEIRA COM MUITO ORGULHO - Elen de Moraes Kochman

Brasileira, com muito orgulho.             
 

Se há uma coisa que me entristece e me aborrece deveras é ouvir alguém se referir ao povo brasileiro, de um modo geral, quando vêem uma coisa errada ou mal feita, dizendo: “isso é coisa de brasileiro” ou “é o famoso jeitinho brasileiro”. Até alguns amigos, dentro e fora da internet, talvez por brincadeira ou porque se esquecem da minha nacionalidade ou mesmo por conhecerem brasileiros que deixam a desejar, não sei, usam essa expressão uma vez ou outra.  Mortifico-me e fico penalizada, também, pelo emigrante (de qualquer país) que já sofreu ou ainda sofre esse tipo de prejulgamento. Deve ser muito triste conviver com a saudade da Pátria, dos familiares, dos amigos, mas ter que enfrentar uma opinião formada, sem se levar em conta algo que a conteste, é bem pior. E lamento pelo emigrante português que veio para o Brasil e ainda hoje sofre com esse tipo de preconceito.

Há tempos venho pensando no assunto, todavia não queria abordá-lo, até porque gosto de ser delicada e compreensiva com as pessoas, entretanto tomei a decisão de falar a respeito por causa de um artigo que li, escrito por um brasileiro que reside em N.York pelo que entendi, lamentando-se de ter que voltar para o Brasil, só enumerando as coisas ruins existentes por aqui e referindo-se ao país como um lugar de “gente pequena e insuportavelmente incompetente”. Esse Senhor nos faria um grande favor se continuasse residindo fora da nossa terra.

Não vou negar que aqui há pessoas assim, mas não é maioria. Há corruptos e corruptores, políticos desonestos, traficantes, assassinos, ladrões, pedófilos, etc., como há em qualquer parte do mundo. Temos leis severas (algumas precisam ser revistas), pessoas querendo acertar, como temos também o outro lado podre, como qualquer país tem.  Dirão alguns que somos um paraíso onde se escondem alguns bandidos internacionais. Sim, é verdade! Negar por quê? Só que quando identificados, são devidamente presos e deportados. Assaltos aos turistas? Temos! Uma vez ou outra, como em toda cidade grande do mundo, para os que se aventuram pela cidade sozinhos, por lugares onde normalmente a população informada não vai. Porém, somos, também, uma nação que se orgulha de receber os estrangeiros com dignidade, respeito e boa vontade.

Acusam-nos de sermos pacatos e alegres, dizem que não somos sérios e muitas outras coisas mais. Eu não entendo a mentalidade de tais acusadores. Será que são intolerantes conosco, por não gostarmos de guerra? Por sermos pacíficos?  Ora, temos caracteres hereditários dos grandes descobridores e conquistadores portugueses, talvez daí nossa resistência e facilidade de adaptação, mas fomos colonizados! Somos descendentes de índios escravizados, de negros trazidos à força para o trabalho pesado e de grande parte de portugueses que havia cometido algum delito em Portugal. Depois vieram os italianos, japoneses, alemães, holandeses... Nenhuma grande fortuna foi trazida para cá, a título de investimento, pelo contrário, levaram parte da nossa riqueza, mas não discuto isso porque a terra pertencia a Portugal e ele a usava do modo que melhor lhe conviesse. Desgraça são os ladrões de hoje que depositam nossa fortuna, roubada dos cofres públicos, nos paraísos fiscais.

A intolerância chega a tal ponto que já ouvi de brasileiros e de pessoas de outras nacionalidades, que fazem de tudo para perder o sotaque da nossa língua porque querem esquecer que um dia viveram aqui.

Bem, toda essa mistura de raças fez de nós o povo maravilhoso que somos e habitante de uma nação em desenvolvimento, pobre, sim, porque jovem e muitas vezes mal administrada, mas que um dia se transformará numa grande potência, num futuro bem próximo.Quem viver, verá!

A parte mais difícil e delicada é falar sobre as mulheres brasileiras, tidas como belíssimas (nem sempre), de corpo perfeito (algumas), meigas e femininas (nem todas). A mãe de um meu cunhado português, que mora em Lisboa, conta-nos que em sua cidade muitas lojas preferem admitir vendedoras brasileiras, porque dizem que são moças mais gentis no trato com os clientes, têm mais paciência com os mesmos e, conseqüentemente, vendem mais e que muitos portugueses inclusive ela, dão preferência a essas lojas.
Entretanto, se esse predicado, muitas vezes, é um bem, por outro lado é um mal, pela incompreensão e maldade de alguns homens e mulheres, quando se referem às brasileiras, pejorativamente: - “ah, são todas umas vadias”! “Todas”? Que exagero e falta de informação! Se a prostituição é a mais antiga das profissões, não temos o desprazer do pioneirismo, da sua descoberta. Ademais o tipo da mulher em questão, há em toda sociedade, entre todos os povos, nas famílias ricas e pobres, negras e brancas, não é privilégio e nem estigma só do Brasil.

Finalizando, faço minhas as palavras de Olavo Bilac, no seu soneto à Pátria:"Ama com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! Não verás nenhum país como este!”  e quero também enfatizar que - como o nosso ilustre poeta Gonçalves Dias - trago nas veias o sangue português dos meus antepassados, misturado ao dos negros e dos índios, por isso posso afirmar que sou brasileira, sim, com muito orgulho, com muita honra e com muito amor!.


 
 Amigos,
mais uma crônica nossa publicada no jornal
 "Tribuna Portuguesa". 
Acessem o link abaixo para sua leitura.

http://www.tribunaportuguesa.com 
 


 
   

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O BEIJO DA BORBOLETA - José M. Raposo - VIDEO de Fernando Girão (Na baixa do sapateiro)



 
 
 O BEIJO DA BORBOLETA


José M. Raposo
(AoSaborDoVento)


Para minha amiga Elen de Moraes 


Mais um ano a borboleta voou,
Pisando, muitas vezes, numa flor
Com a mesma graça e com o mesmo amor.
E de voar ela não se cansou.


Em pleno ar seus desenhos traçou,
Emprestando-lhes a vida e a cor,
Como empresta e lhes concede o pintor,
Quando a pintura na tela encerrou.
 
Por vezes, desabrocha tanta flor
Sem que a borboleta as tenha beijado...
Choram infelizes e sentem dor...


Porém, a que a borboleta há tocado,
Há de sentir, para sempre, o calor
Desse beijo... tão louco e apaixonado.
  
 

sábado, 17 de abril de 2010

"Dance Me To The End of Love" Leonard Cohen

AMAZÔNIA - exuberância e mistério - Elen de Moraes




Amazônia,
Exuberância e mistério


Elen de Moraes Kochman


A Amazônia, com sua floresta, seus rios e sua biodiversidade, é tida como a “salvação do planeta” e para ela se convergem os olhos do mundo, pelo que de bom ou de mal lhe acontece.

Sua beleza e exuberância exercem grande fascínio em todos e o mistério que a envolve permeia o imaginário coletivo, a começar pelo seu nome dado pelos conquistadores espanhóis, pioneiros na exploração do rio Amazonas, que ao se depararem com índios de cabelos longos imaginaram que fossem índias guerreiras, mulheres muito diferentes das que viviam na Europa. Acreditaram ter achado, finalmente, as “Amazonas”, mulheres mitológicas que, segundo a lenda, pertenciam a uma tribo que não aceitava homens e matavam as crianças do sexo masculino, ao nascer. Amazona significa “sem seio” em grego, porque elas os cortavam, para manejarem melhor os arcos.

Nove países da America do sul compõem a Amazônia: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela e no Brasil abrange os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, pequena parte do Maranhão, Tocantins e Mato grosso. Ela é definida pela bacia Amazônica, cujo rio - que nasce nos Andes, Peru – é conhecido por três nomes distintos até chegar ao Brasil. Aqui é chamado de rio Solimões e só ao encontrar-se com o rio Negro, na altura de Manaus, recebe o nome de Amazonas.

O Rio Amazonas, considerado o maior rio do mundo em volume de água e de extensão, despeja mais água no mar em um dia, do que o rio Tâmisa durante um ano inteiro e tem mais água doce a bacia do rio Negro do que toda a Europa. O Amazonas pode apresentar, de uma margem à outra, uma largura de até 15 quilômetros e durante as enchentes, devido a inundação das várzeas, essa largura pode chegar a 100 quilômetros.

Ao contrario do que imaginamos, os rios de águas barrentas levam mais fertilidade por onde passam, por carregarem sedimentos que tiram dos Andes e de outros lugares, do que os rios de águas escuras, por serem ácidos. Já se pode ver por imagens do satélite que devido ao volume de terra que o rio Amazonas joga no mar, o litoral da Guiana francesa e do Amapá está crescendo.

O encontro das águas dos rios da bacia Amazônica com as águas do oceano Atlântico é conhecido por “pororoca” e provoca um estrondo que pode ser ouvido a quilômetros de distância. O mar entra pelo rio com ondas que atingem, muitas vezes, entre três e seis metros de altura, vai derrubando e carregando árvores com sua força, modificando as margens e o leito do rio. Existem várias explicações para o fenômeno e a principal delas é a mudança da fase da lua. É mais intenso nos meses de abril e junho e é, antes de tudo, um fenômeno destruidor.

Quanto aos habitantes da Amazônia, a mais antiga evidência arqueológica da vida humana, ali, data de 12.000 anos atrás e à época do descobrimentocalcula-se que três milhões de índios viviam na Amazônia. Hoje se estima que 160 mil índios habitem a região, falando 150 línguas, em reservas indígenas, terra equivalente a quase três Alemanhas. A maior contribuição que deram ao mundo foi a adaptação ao uso das plantas da flora tropical. Muitos remédios para o mal de Parkinson e a esclerose múltipla, têm como princípio ativo um alcalóide encontrado no “curare”, veneno extraído da casca do cipó que os índios colocavam na ponta das suas flechas. A espécie mais conhecida internacionalmente é a “árvore da borracha” – seringueira.

Durante o ciclo da borracha a Amazônia foi responsável por 40% das exportações brasileiras e Manaus, capital do Estado do Amazonas (que nos idos de 1660 nasceu em torno do Forte São José do Rio Negro, construído pelos portugueses para reforçar a exploração na região norte), tornou-se a capital mundial da venda de diamantes e ficou conhecida, em apenas duas décadas, no principio do século XX, como a “Paris dos trópicos”, por causa dos investimentos dos “Barões do látex”. O seu famoso Teatro, de mais de 600 lugares, foi construído na Europa e montado no Brasil. A cidade foi a primeira no país a receber um bondinho elétrico. Porém a riqueza estagnou-se quando os ingleses levaram as mudas de seringueiras para a Malásia, que se tornou e é, até hoje, líder na produção da borracha.

A biodiversidade Amazônica ainda guarda muitos segredos. De todas as formas de vida do planeta, 60% se concentram nas florestas da região que contam com mais de três mil espécies de árvores e estimam-se entre 40 e 300 qualidades diferentes por hectare. Também das espécies de mamíferos existentes no Brasil, 67% vivem na Amazônia e dos 30 milhões de espécies de insetos do planeta, sem levar em conta os microorganismos e as bactérias, 1/3 (um terço) está na Amazônia.

Para que a vida na região Amazônica continue fervilhante é imprescindível que suas florestas, seus rios e sua biodiversidade sejam preservados. Um não vive sem o outro e mesmo que o planeta consiga sobreviver à catástrofe do desaparecimento da Amazônia, a terra perderá todo fascínio sem o seu mistério e toda a sedução sem a sua exuberância.

Publicado no jornal "Tribuna Portuguesa" da California

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