"Somethings in the rain" - playlist da série

domingo, 19 de maio de 2013

FANATISMO, transparência e DEMOCRACIA - Elen de Moraes Kochman


Edição 01/05/2013
http://www.tribunaportuguesa.com/


Fanatismo, 
                transparência e 
                                     democracia




Elen de Moraes Kochman




Entre os rumores de uma guerra nuclear, como nos filmes de catástrofes que anunciam o Armagedom, a Coréia do Norte exibe - e ensaia - seu exército de fanáticos, talvez por confiar na ajuda de algum grande aliado no momento em que precisar, e Kim Jong-Un, seu ditador, um péssimo ator, impaciente para manusear seus “brinquedinhos”, tem a petulância de ameaçar a maior potência militar do mundo que, por sua vez, se posiciona para defender-se.  Rebate falso. Tudo deu em nada, ou quase, isto é, a tranquilidade quase reinou, não fosse por algo inusitado: bombas em panelas de pressão (tão rudimentar!), que explodiram em Boston, matando três pessoas e ferindo dezenas, exatamente na segunda-feira, quando esperávamos que os mísseis da Coréia do Norte varressem os céus do Extremo Oriente. Que audácia desses aprendizes! Preparamo-nos para grandes tragédias e sequer nos apercebemos dos inimigos, tidos como insignificantes, que moram ao nosso lado. Entretanto, bom não se esquecer do Kim Jong-Un: um louco pode surtar a qualquer momento, sem aviso prévio. 


Há explicação e fundamento para tanto ódio contra os Estados Unidos? Aos fanáticos não se pode dar crédito, porque crescem sendo enxertados pelo ódio. E os que não gostam de ler ou não podem estudar - desinformados - a sua grande maioria segue as ideias de políticos intolerantes que ainda pregam a luta de classes contra o capitalismo.  Se fosse só isso... Porém, há acusações que mais parecem gracejos, como as do Sr. Maduro, Presidente da Venezuela, empossado recentemente, que responsabilizou o governo norte-americano de ser culpado pelo câncer que vitimou Hugo Chávez, seu antecessor. Este, aliás, já havia especulado sobre a existência de uma  “tecnologia americana para induzir o câncer”, quando sua colega argentina  anunciou que estava com a mesma doença que atacara os outros quatro líderes sul-americanos. Prontamente, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, reagiu, dizendo serem tais acusações “horríveis e reprováveis”.

Quem sabe não haja, por trás das acusações, uma pitada de desgosto por serem os EUA um país onde a corrupção é combatida às últimas consequências, onde as leis são feitas para serem cumpridas (e são!), onde até a Constituição é a mesma elaborada em 1787, tendo sido prevista, já naquela época, antes mesmo da revolução francesa, a liberdade de expressão e de religião, e recebido, nesses 220 anos, poucas emendas.

Precisamos aprender com os americanos do norte a amar e ter orgulho da nossa Pátria, a nos enrolarmos na nossa bandeira não só no carnaval e nas decisões dos jogos de futebol, mas também – e principalmente - para cobrar que a justiça seja feita e cumprida. Como filhos, honrar a Pátria mãe, não elegendo políticos sabidamente corruptos, com ficha suja, e muito menos reelegê-los. Temos que limpar o nosso país e exigir cadeia para os governantes e todos que roubam o dinheiro da nossa Nação e o depositam, em seus nomes, em paraísos fiscais.

No Brasil não há lutas de classes (só um velado preconceito entre elas), porque a nossa é uma luta pela sobrevivência, pelo pão nosso de cada dia; pela saúde e pela educação que foram abandonadas; pela solução da falta de água e alimento para o nordeste, nas intermináveis secas, quando há desconfiança de que grande parte do dinheiro que é destinado ao povo nordestino, é desviada e que as obras que são projetadas para beneficiar aquela região jamais ficam prontas, porque são superfaturadas. Nosso Brasil, cuja taxa de arrecadação de impostos é uma das mais elevadas do mundo, não dá o retorno, em benefícios, que a sociedade precisa e espera.

Com o advento da internet perdemos o pudor de falar sobre as mazelas do nosso país, uma vez que os problemas são quase os mesmos em todo mundo, principalmente onde há crise financeira. Se antes a comunicação era difícil e demorada, agora, em pouco tempo colhemos assinaturas virtuais que, se não têm, ainda, poder para modificar projetos de lei, servem para mostrar aos políticos o nosso desagrado. Um ótimo espaço para reivindicações, embora não devamos abrir mão de ir às ruas, quando necessário, para, exercendo a democracia, manifestar nossa insatisfação, reclamar nossos direitos e exigir dos políticos transparência total em todos os níveis. 








sábado, 18 de maio de 2013

DUETO Luiz Poeta e Elen de Moraes Kochman - (NO INSTANTE EM QUE TU ME QUISERES e INSENSATEZ)




NO INSTANTE EM QUE TU ME QUISERES


Luiz Poeta
- Luiz Gilberto de Barros -  

Às 23 h e 23 min do dia 19 de agosto de 2007

Especialmente para a poesia de Elen de Moraes



Como tu és tola ! Insensatamente,
Dizes que eu te falto... Mas se tu me evocas,
Eu me aproximo... Entro em tua mente
E, se tu quiseres.. Tu até me tocas !

Sentes minha falta, mas estou tão perto;
Na verdade dentro do teu coração...
E se o coração não está mais deserto,
Como eu te falto ? Se te amo então ?

Choras minha ausência, mas quando tu choras,
Quem acaricia o teu rosto triste ?
Não é na saudade que te revigoras ?
Se sentes saudades... A presença existe !

Dizes que me beijas quando estás sonhando;
Que sou só um vulto nos teus pensamentos,
Mas se tu me beijas, tu estás me amando,
Não estás sozinha... Tens meus sentimentos.

Queres que eu volte... Pensa, sonha...chama !
O amor reclama, quando a solidão
Sofre o abandono de quem não se ama
E se tu não amas, nem tens coração...

Quando tu sonhares... Não te desesperes.
Pede o que tu queres e eu te atenderei
Chegarei no instante que tu me quiseres
Pede que eu te ame... E eu te amarei.

Porém, quando o sonho, gradativamente
Afastar meu rosto desse teu olhar...
Não chores, não sofras... É na tua mente
Que o meu amor insiste em se abrigar.

Então, quando um dia, triste, desistires
De sonhar, a vida te acolherá;
Não precisarás partir, mas se fugires
Tu me levarás dentro do teu olhar.




Meus agradecimentos ao querido irmão de coração 
e grande amigo,Luiz Gilberto de Barros (Luiz Poeta),
- Poeta, Músico, Escritor, Professor - 
que me deu honra e prazer ao responder meu poema 
"INSENSATEZ", 
com seu estilo maravilhosamente musical 
de fazer poesia, compondo
"NO INSTANTE EM QUE TU ME QUISERES"


 Insensatez

Elen de Moraes Kochman


Dói a tua ausência...
Choro a tua falta!

As tuas lembranças
que se misturam
às brumas do meu pranto,
vão e vêm,
como a cerração
que encobre os vales
nas madrugadas invernais...

Nessas noites encapeladas
pela desilusão,
nessas horas mortas,
vazias de amor,
quando os teus fantasmas
me atormentam
e fazem com os meus sentidos
uma orgia sem fim,
eu rolo na cama...

E me perco
entre os lençóis
do meu desejo...
Sofregamente,
beijo o teu vulto sedutor
que trago gravado na memória,
em ferida aberta no meu peito...

Ó noite envolta de amarguras,
coberta com a manta inglória
das perdidas ilusões,
manchada pelas desventuras
que encrespam minha alma...
Amanheça!

Traga com o sol,
de volta, o meu amor,
a minha eterna paixão...

Ou me adormeça de vez!
Apague em mim essa dor...
Essa minha insensatez!



terça-feira, 14 de maio de 2013

SAUDADE FORA DE HORA - Elen de Moraes Kochman





Saudade fora de hora


Elen de Moraes Kochman




Cai a tarde...  mandriona,  cinzenta...
Encobre com seu véu toda cidade.
Revela a minha dor sem piedade!
Faz, em meu peito, sangrar a tormenta.


 
Uma tarde deprimente e friorenta
Que magoa... e faz chorar de saudade!
Vendo o sol perder brilho e intensidade
Pressinto que o meu Ser se desalenta.


Saudade daquele amor que não tive!
Saudade de quem comigo convive,
Porém que há muito tempo foi embora...


 
Tão triste esta tarde cinzenta e fria,
Que põe no meu peito imensa agonia
E tanta saudade fora de hora.
 


domingo, 12 de maio de 2013

O SOM DO AMOR - (Silêncio, minha mãe está sorrindo!) - Elen de Moraes Kochman


No nosso dia,
minha homenagem para todas as mães! 

 O som do amor
 Elen de Moraes Kochman


Silêncio!
Minha mãe está sorrindo.

Som celestial!
Coro de arcanjos
Derrama melodia
Sobre seu sorriso lindo,
Vivifica a divina paz
Do seu semblante...
Sua ternura usual,
Traz no olhar
A expressão dos anjos.
Que nenhum ruído abafe
Esse som contagiante;
Que sofrimento não turve
No seu rosto, a alegria;
Que nuvens não encubram
Esse seu deslumbramento
De aconchegar-se à vida,
Com sublime maestria.

Silêncio!
Minha mãe está sorrindo,
Sem temores,
Para um amanhã incerto.
Esperança,
Nesse tímido sorriso aberto,
É a mola que a encoraja a viver,
Transpor limites
Para entre nós permanecer.
Nesse enfrentamento,
Dissabores são detalhes,
Esquecidos, certamente,
Pelas esquinas do tempo.
Rugas, no seu rosto,
São primorosos entalhes
Esculpidos, suavemente,
Por sábio envelhecimento.

Silêncio!
Minha mãe está sorrindo,
Placidamente,
Para os meus sombrios medos...
Lágrimas que brotam
Nos meus olhos,
Por suas mãos enxugadas,
Amorosamente,
Quando em seu colo
Reencontro meu abrigo,
Trazem cheiro de infância,
Num eco saudosista.     
Assim, deposito confiante,
Em seus braços, minha fadiga.
Removo os meus escolhos!
E descanso... no santuário
Do seu regaço de amiga.

Silêncio!
Minha mãe está sorrindo...


quinta-feira, 9 de maio de 2013

A PASSAGEM - Elen de Moraes Kochman




 A Passagem


 Elen de Moraes Kochman


Partes em paz... tua última viagem!
Passas o vale e te juntas ao Pai.
Serenamente acontece a passagem.
Bendito seja o nome de Adonai!


Tu’alma serena, de etérea linhagem,
Deixa a frágil matéria e se abstrai,
Ora que o silêncio vira paragem
Do tempo... E da vida que se esvai.


Infinito desce sobre o teu rosto,
Um manto de nuvens é sobreposto
Sobre o teu corpo. Final da agonia.


Calam-se os acordes. Dá-se a partida.
Morre a matéria... Há choro. Despedida.
Dobram-se os sinos. Falece a alegria.


segunda-feira, 6 de maio de 2013

TU E EU - Elen de Moraes Kochman





 Tu e Eu



Elen de Moraes Kochman


Foi assim que nos deixamos:
Eu chorei... também choraste.
Eu amei... mas não me amaste!

Se bem antes fui feliz,
A dor me veio depois.
Sofri muito por nós dois!

Escapaste, por um triz,
De por mim te apaixonares,
De ter que te entregares,

Rendido ao meu coração,
De tornares meu refém!
De me querer grande bem.

Assim foi que te perdi,
Quando nem bem começara
Paixão que nos dominara...

Não sei o que fui pra ti.
Mas para mim, afinal,
Foste um bem que me fez mal.





NOTURNO - Elen de Moraes Kochman




                        
 Noturno

Elen de Moraes Kochman


Águas de cruas saudades,
Por onde sempre navego,
Choram comigo as dores
Dos amores que partiram.
Noites em que os pesadelos
Adormeceram estrelas,
Acalentam minhas mágoas
E dão vazão ao meu pranto.

Sobre o universo dos sonhos
A lua balança tímida,
Sem poder me confortar!
A solidão, tão medonha,
Minha fiel companheira 
Grita por mim o que calo,
Quando sufoco os gritos
Que dilaceram minh’alma.

As loucuras das paixões,
Levaram-me para abismos...
E nas brumas dos caminhos
Desbotaram-se ilusões,
Que bordaram minha vida...
O que antes era meu norte,
Hoje é somente um sopro
Que me empurra para a morte.
                     

sábado, 4 de maio de 2013

MULHER AO ESPELHO - Cecília Meireles




Mulher ao Espelho


Cecília Meireles


Hoje, que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta. 


Já fui loura, já fui morena,
Já fui Margarida e Beatriz,
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.


Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?


Por fora, serei como queira,
a moda, que vai me matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.


Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus,
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.


Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.



publicado em
Mar absoluto - 1945.


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